Nova Parnamirim, um bairro novo e bem conceituado ao quesito de moradia e bem estar esconde suas frestas. Zélia Silva, 61 anos trabalha com reciclagem e vendas de animas que cria no quintal do seu barraco que se localiza no bairro, a moradora é mais uma pessoa na qual vive da subsistência, se apropriou de um terreno no bairro e junto a ela mais 7 famílias construíram seus barracos onde em cada um vive aproximadamente 8 pessoas, em um espaço mínimo de 2 x 3 metros.
A falta de água e luz na residência dessas famílias é uma constante desde o momento em que eles se apossaram do terreno. Através do famoso “gato” é que eles conseguem abastecimento, mas ainda não é seguro, pois a empresa de energia do estado Cosern sempre está atenta as tentativas de burlar o roubo de energia. “É a terceira vez que eles acham o “gato”, cortam os fios e nos ameaçam, mas o que eu acho estranho é que já fomos até lá pedir para que mandassem energia para nós, e que pagaríamos por isso, mas até hoje nosso pedido não foi aceito, sempre pedem muitos documentos que não temos condições de ir atrás” afirma Vitória, uma das moradoras da pequena vila. Além de se negar a fornecer o abastecimento de energia a Cosern está com uma ação contra os moradores do terreno, pois afirma que o espaço físico onde eles estão ocupando que é muito perto de uma subestação pertence à empresa. “Faz oito anos que moramos aqui e construímos nossos barracos, nunca vieram atrás deste terreno, agora nos últimos dois anos que eles disseram que o terreno era deles e nos colocaram na justiça” afirma Zélia e seu marido, moradores da pequena comunidade.
A prefeitura até agora não se pronunciou em relação a esse problema, o descaso é maior ainda em relação às crianças que moram lá, todas estudam, mas nenhuma recebe os benefícios como o Bolsa Família ou o Bolsa Escola que estão em vigor para ajudar famílias e comunidades como essa. “Nunca conseguimos nenhum benefício, e ninguém estende a mão para ajudar uma catadora de lixo, só o que queremos é ter nosso cantinho pra viver, por que coragem de trabalhar não nos falta e muito menos dignidade” termina Zélia, mais uma mulher que apesar da falta de recursos ainda alimenta a esperança de dias melhores.