TURISMO SEXUAL INDUZIDO
Miséria, Desejo de Cosumo, Má Influência e Má Orientação Levam à Prostituição
O turismo Sexual e a prostitução de crianças e adolescentes, mazela social que só atingia as grandes metrópoles, se tornaram atualmente fato consumado em natal. O número de turistas que invadem nossas praias e outros pontos turísticos, aliado ao grande número de jovens já envolvidos na atividade presentes nos locais, tem levado até, a muitos desses turistas considerarem todas as pessoas em idade de vida sexual ativa, como prostitutas(os). Paralelo a isto os órgãos e entidades que atuam na recuperação e apoio a esses menores enfrentam dificuldades em reverter o quadro.
Antes da exposição do assunto na mídia, já existia menores envolvidas nesta atividade. As casas que exploravam o Lenocínio (exploração sexual) já estavam em decadência.Com estas circusntância o problema se instalou com grande rapidez. Grupo de menores tendenciosos a entrarem nessa vida, logo entraram na atividade. Muitos deseseperados pela miséria e desagregação familiar, outros pela "cobiça" de consumo, despertada pela aparência dos que dscobrindo neste mundo que estavam conhecendo, portando tênis e celulares da moda, roupas e grife, etc, nos relatam algumas "meninas".
A maioria desses grupos, era oriunda de famílias vítimas da desagregação familiar, mas outros grupos de adolescentes viviam em famílias estruturadas, mas sem condições ou com condições mínimas de sobrevivêcia. Uns por morarem na periferia ou e em cidades das regiões metropolitanas, sem acesso a qualquer tipo de assitência social. Outros vindos de cidades do interior, de famílias também de baixa renda, para tentar estudar ou trabalhar, mas, todos com as aspirações da sociedade de consumo da capital natalense, cheia de pequenos "templos", e mais que isso, uma personalidade psicosocial de consumistas, ligada a aparências e status.
Algumas ONG fizeram projetos e dão assistência, mas a publicidade do assunto gerou efeito contrário e maior. Despertou no grupo de risco, o interesse no novo filão para buscar a sobrevivência e os desejos consumistas – a prostituição. Em conversa com as mais veteranas, notamos que foi o conhecimeno da existência "dessas coisas", que as levaram à protituição. Contam, que descobriram na praia, entre os turistas, que podiam ganhar em minutos mais do que ganhavam em um mês de trabalho ou recebendo mesada da família.
Obtivemos um depoimento de uma jovem que falou da forma clara como se dá o aliciamento ou pressão psicológica para que entrem neste mundo e principalmente a fragilidade destes frente às situações que enfentam, na luta pela sobrevivência: O apêlo ilusório, quase irresitível de "fugir" da miséria e ter o poder de usufruir dos bens materiais e até indispensáveis à vida cotidiana "tirando" facilmente dos turistas.
DEPOIMENTO
"Foi em uma noite de sexta-feira que tudo mudou. Morávamos sós em Natal, eu e mais duas amigas, estudávamos em uma escola estadual e tínhamos pouco mais de 18 anos. Como todas as garotas solteiras decidimos sair de casa naquela noite. Fomos procurar alguma coisa para nos divertir. Tínhamos apenas o dinheiro do ônibus. Fomos direto para Ponta Negra".
"Um taxista nos parou na rua. É Conhecido de uma das amigas que estava com a gente e logo nos disse que éramos muito bonitas, perguntando por que estávamos sós naquela noite. Disse que poderíamos ir a uma festa, que nos apresentaria os organizadores e ainda podíamos ganhar muito dinheiro. Era uma festa em um famoso hotel cinco estrelas, na Costeira. Aceitamos o convite e foi lá que nosso destino nos mostrou o porquê de estarmos onde estávamos.
Depois daquela noite tudo mudou, conhecemos muitos estrangeiros, todos simpáticos e que em troca da nossa companhia nos davam dinheiro. Era tudo muito fácil. A partir daí, fomos nos acostumando com os presentes, saídas para as melhores festas, bebidas caras, comidas... Sempre voltávamos pra casa com dinheiro. Fomos aceitando isso e nos acostumando, nunca tivemos muitas oportunidades e essa foi a nossa chance de melhorar nossa vida".
J.P., 25 anos, nos conta nesse trecho como foi sua iniciação como "garota de programa". Ao longo da conversa/entrevista nos conta como é viver em uma cidade que da tantas "oportunides" para o turismo sexual. Ela vive há sete anos só com a renda que ganha com "as saídas" com esses estrangeiros, que vêm a cidade em busca de prazer do sexo, muitos buscam junto também a drogas, e encontram em garotas como ela o ponto de apoio para conseguir alcançar seus objetivos.
Hoje J.P mora próximo a uma das ruas que mais acontecem as “negociações” e diz que se não fosse pelo turismo sexual não saberia como iria sustentar todas suas regalias e seu nível de vida. Ela além de sair com vários estrangeiros é sustentada por um, “Julio” como ela mesma o chama. Julio a conheceu na praia de Ponta Negra e desde então eles criaram um vínculo que, segundo ela, passa além de trabalho.
ALGUMAS TENTATIVAS DÃO CERTO
Em uma casa sem placas de identificação, em uma rua residencial de Panamirim, funciona uma entidade de assistências a jovens prostituídas. Lá vivem atualmente, cerca de 20 garotas, incluindo as que, já reabilitadas, trabalham na casa. Têm inclusive Carteira Profissional assinada (por empresas de Membro da Igreja que o fazem como Oferta ou Parte do Dízimo, explica o pastor Saulo Moscoso. Este jovem pastor de família crente bahiana há gerações, é resposável pelo Projeto "Casa de Oração", uma rede mundial de Oração via Internet. Este Projeto é fomentador dessas iniciativas e arrecadador de recursos.
A casa e demais despesas do trabalho assistêncial é mantido também pelas ofertas dos Membros da Igreja Batista do Avivamento. Todas as assistidas estudam, cumprem tarefas domésticas da casa (por escala acertada entre elas e a Coordenação). Muitas das jovens estão usando a casa como ponto de apoio, pois já estão empregadas e se organizando para voltar para ao convívio familiar, no caso de famílias reestruturadas. A maioria se convertem ao Evangelho, e isso, segundo a pastora que coordena o trabalho, muito ajuda na reintrodução na vida em sociedade.
Infelizmente nem tudo ocorre como se deseja, nos conta com tristeza a pastora Evandira, uma das responsáveis pelo trabalho. Há cerca de três anos, uma das jovens, já em fase de introdução à vida social, recebeu um telefonema com um pedido de socorro do ex. namorado que a levou a morte. Ele a chamou ao bairro Guarapes, para pedir ajuda pois corria risco de morte por uso do "Crakc". Ela foi, pensando e levar-lhe uma palavra e acabou assassinada com sete facadas.
Durante a apuração desta matéria telefonamos para os Anúncios Classificados e falamos com E. 24 anos, que se apresenta como a "A Ruíva Irresistível" aos "clientes" e dizendo-se com 18. A conhecemos no Balcão de Anúncios Classificados do Diário de Natal. Articulada, Kitnet alugado em Ponta Negra e com conhecimento rudimentar de inglês e Espanhol. Ela nos conta que a maioria dos chamados Turistas Sexuais, são meros peões, em sua linguagem. "Eles chegam aqui cheios da Grana, porque os salários nos países deles é alto e também por conta do Câmbio, ai acham que podem comprar tudo, por isso os exploro sem dor de conciência. Conclui.
O Turiamo Sexual é apenas um dos muitos problemas exisentes no país, e como todos, têm iniciativas e ações pontuais. Falta uma Política Pública para tratar do probema que é plural, e portanto exige soluções plurais, como assistências aos jovens, sejam da periferia ou vindos do interior, oferecendo-lhes oportunidades reais de inserção no mercado de trabalho; um serviço de prevenção às drogas, especialmente coibindo o uso de bebidas alcoólicas por menores. É necessário uma estratégia para retirar os menores da rua a partir de determinado horário da noite, criar políticas e meios para ajudar esses jovens envidos, retirando-os dos pontos de prostituição e coibir a ação dos turistas que vem ao nosso país com o único intuito de apoveitar-se das faclidades encontradas de acesso ao "prazer".