Ponto e Vírgula

Algo tá diferente, sinto.
Em poucas horas tudo mudou.
Da água pro vinho, e que vinho encorpado.
Doce e seco, com um travo na garganta.
Me jogo em queda livre, sem saber o futuro.
Mas sentindo o gosto do medo e da aventura de uma nova era.
Por enquanto sei que o paraquedas está preparado,
para a hora certa de abrir.
Até quando saberei disso, não sei.
Mas não me privo do vento no rosto, da adrenalina
e do querer pisar em terra firme sã e salva.
Dos gostos mais gostosos da vida eu tenho a incerteza.
Aquela que ainda vai me acompanhar por algum tempo.
Mas não devo me assustar.
O máximo que poderá acontecer é voltar para o ponto
de partida.
E que nele me tenho. Rotina, vida e os velhos sabores que me acompanham.
Mistério, mas não tenho medo do escuro, já que sei onde fica o interruptor.
A luz está ao meu alcance quando não mais quiser ficar na escuridão.
O tempo está comigo quando eu não souber mais das respostas.
Enquanto isso deixo passar. Deixo viver, me deixe sentir.